quinta-feira, 19 de março de 2009

Milk é um sopro

Milk - a voz da igualdade, 2008
Harvey Milk era simplesmente mais um entre tantos homossexuais que viviam a margem da sua própria sexualidade. Trancafiado dentro do medo de se expor, vivia uma vida até medíocre antes de mudar-se de mala, cuia e um bom namorado para a "aparentemente" livre San Francisco. Assim Milk dá os primeiros passos para transformar-se no primeiro político abertamente ou declaradamente gay a assumir um cargo público nos Estados Unidos da América.
Essa é a história. Agora... como ele conseguiu tal proeza? A partir dessa pergunta é que o filme Milk - a voz da igualdade, 2008, direção de Gus Van Sant e interpretado pelo sensacional Sean Penn, se propôs a mostrar. O que de fato fez com muita maestria e sensibilidade para narrar uma história de luta e superação. O bom de Milk é que ele desperta em qualquer pessoa sentadinha na poltrona um desejo voraz por fazer algo que realmente mude, algo que seja importante não só para satisfazer o circulo do nosso umbigo, mas para entrelaçar e agregar milhões de pessoas.
Não se tratava de um ativista lutando pela sua causa. Tratava-se sim de lutar por vidas. Por construir uma história alicerçada em sentimentos de liberdade, respeito, oportunidades e futuro. Milk foi um corajoso que se colocou a frente do seu tempo e falou, expôs um assunto repugnantemente proibido e camuflado. A homossexualidade era tratada como distúrbio. Pasmem... Até hoje encontramos pessoas que pensam assim, imaginem na década de 70.
E como num sopro forte e profundo Milk conquistou o que tanto queria. Pagou caro. Mas seu sopro ainda ecoa. Precisamos urgentemente de mais Milks. Alguém se habilita?