sexta-feira, 19 de junho de 2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Uma passagem amor

Te dou passagem meu amor para que vá. Te dou meu lamento para que guarde só para ti. Vai meu amor. Te deixo ir sem que precise olhar para traz. Siga na passagem e encontre seu verdadeiro amor. Te deixo que vá para ser mais de uma vez feliz. Não te guardo rancor. Apenas amor para deixá-la partir... E beijar, sem mais amor, o amor, que guardei e dediquei para ti.

Pardal na torre

Acolhimento no refúgio. A proteção por detrás das pedras. Armadas uma a uma. Em proteção. Empilhadas umas sobre as outras. Quem me dera ter uma proteção assim. Mirar o horizonte sem que ninguém me perceba. Um eterno voyeur do tempo. Tempo bom... tempo ruim. Turbulências que assolam o medo. E no soar do vento que se alfineta por entre as frestas ouso o som de uma voz forte que ecoa. Estou ouvindo o lamentar de Edith Piaf. Doce eterno pardal. Voa pardal. Extrapole os horizontes e me traga de volta o canto esquecido. Voa alto pardal e na luz do farol se guie para não mergulhar nas águas profundas do imaginário. Ainda me guio pelo seu rastro de luz.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Pele e pólvora

Um cigarro que ascendo e solto na baforada toda a minha revolta. São em baforadas que despejo no mundo o que não me agrada. Respirem agora a minha intransigência. A minha rispidez se traduz em palavras de desordem. Vamos romper com os olhos fechados de vergonha à miséria dos outros que acham agir com esperteza. Sintam na minha nicotina a alegria de poder fazer o que desejar. Na esbornia da vida rolo no chão e separo a poeira do meu corpo. Ela não me contamina. Estou em pé mais uma vez e sigo... Tranquilo... cambaleante... com sorriso nos lábios... Ouvindo Joy Division soar alto nos meus alto-falantes conduzo meu corpo ao encontro do ébrio que me chama... que se instala em mim. Sou pele e pólvora que ao menor toque explode em migalhas de sonhos e ferveções. Sou assim.... Me ascenda mais um cigarro.

"Do cheiro nasceu o desejo." Meu próximo Doc.

Cheiro de mistura no ar. Penduricalhos loucos para serem arrancados e levados para casa. Degustar o que os olhos enxergam. Os sentidos se exaltam a cada passo. Saliva que brota da boca e dá gosto engolir. Balcões que são verdadeiros banquetes e nos fazem pensar: porque tanta fome logo alí na esquina? Não há pressa em sair. Não há vontade que suplante a tanta fartura. Pode pegar, pagar e levar. Vale a pechincha para deixar o clima mais pitoresco. Aquele cheiro de feijão está me convidando para sentar. Traga uma cervejinha aí e vamos papear.