quinta-feira, 23 de julho de 2009

Um

É um louco. Um louco pervertido pela sua própria fúria. Um animal incandescente que flui sobre a sua própria personalidade. Ele esbraveja, contamina o ambiente com sua lástima. Feros instiga os mais íntimos dos sentimentos. Os coloca a prova e os desafia. Uma dor rompe no peito de quem se torna vítima da insensatez. As palavras soltas aos ventos perpetuam pesadas no ar. Um silêncio se mostra sensato. Uma pausa se manifesta apropriada. Uma lágrima deseja escorrer. Segura, segura... E ela não escorre. Silenciosa ela corta a alma e faz descer uma dor que escorre pelo corpo todo. Deixe-me chorar em paz. Deixe-me esbravejar em silêncio. Deixe-me silenciar em meio à turbulência. Deixe-me só. Deixe-me adormecer em meio à lamúria. Em meio à desobediência dos desejos. Em meio à solidão. Tento me encontrar. Deparar-me e superar. Desolar-me em frio profundo. Sou uma palavra sem sentido. Uma nota em descompasso. Uma dor que me faz calar. Sou a própria dor ao relento.

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