domingo, 31 de maio de 2009

Igreja ao fundo

Quero me encher de poesia e fazer trilhar no tempo o descompasso, para que preserve, para que se vendo ao fundo me represente e diga que há crença no fim da rua. Maltratada as pedras nos apresentam o caminho e o fim parece ser o início. Um registro no tempo para que ele não se apague e se perca no encontro com o desafeto. A poesia da arte da fotografia está justamente em poder eternizar o que agora a pouco o homem se fez apagar. Das calçadas molhadas do pelourinho, com pessoas traseuntes que trafegam sabendo para onde querem ir. A foto revela a tristeza que carrega em um dia cinza numa tarde chuvosa, onde o tempo parece parar. A igreja ao fundo revela o quanto de nós existe no caminho que nos leva e nos conduz a religiosidade. A igreja ao fundo desperta o tempo e lhe diz: Eu ainda estou aqui. Amém.

Um comentário:

Sthéfane disse...

voce se inspira em sebastiao salgado?